quinta-feira, setembro 14, 2006

A desinformação.

Venho por meio deste blog fazer uma critica a alguns pseudo-s jornalistas, que além de não conseguirem se mostrar imparciais em suas matérias ainda mostram profundo desconhecimento do assunto do qual estão tratando algumas vezes até fazendo chacotas dos mesmos, quando pelo profissionalismo que deveriam ter, precisariam ao menos respeitar as pessoas que são responsáveis por tais obras, sejam elas de qual qualidade for.
De certo muita coisa que sai no mercado musical atual é de pouca qualidade, no entanto não se pode generalizar dizendo-se que todas as bandas de determinado segmento são ruins ainda mais quando não se conhece realmente a fundo o estilo do qual se trata.
Nas ultimas semanas andei lendo alguns textos de difusores de noticias dos mais vendidos em todo o País e constatei que algumas vezes (em alguns deles com enorme freqüência) os repórteres, sem grande conhecimento do estilo musical, fazem do mesmo motivo de risadas apenas por terem ouvido duas ou três musicas de bandas que nem sempre são realmente exemplos para se citar em se tratando do tal vertente.
Se o caso ficasse somente restrito ao mercado fonográfico ainda seria até aceitável (afinal ninguém é obrigado a gostar de tudo que ouve) mas em se tratando de política também se percebe com extrema facilidade a qual candidato estão favoráveis e para piorar a situação ainda fazem questão de fazer firme oposição a determinados candidatos sem para isto terem o mínimo conhecimento de suas idéias.
Tendo-se em vista o que já foi citado, o leitor já pode perceber que a parcialidade e a falta de conhecimentos dos assuntos dos quais se são tratados nos nossos meios de informação não se restringem a estas duas áreas, mas sim a todas as outras também, não precisando para isto que eu cite mais exemplos.
No geral o que se percebe é uma clara necessidade dos nossos ditos jornalistas, cronistas, etc, procurarem conhecer melhor o assunto do qual estão tratando, e mesmo após tal conhecimento terem pelo menos respeito com o leitor e nos poupar de suas opiniões muitas vezes infames.

domingo, setembro 10, 2006

Epigrama

Gregório de Matos e Guerra


Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.

Quem a pôs neste rocrócio?... Negócio.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E no meio desta loucura?... Usura.

Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que perdeu
Negócio, ambição, usura.

Quais são seus doces objetos?... Pretos.
Tem outros bens mais maciços?... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.

Dou ao Demo os insensatos,
Dou ao Demo o povo asnal,
Que estima por cabedal,
Pretos, mestiços, mulatos.

Quem faz os círios mesquinhos?... Meirinhos.
Quem faz as farinhas tardas?... Guardas.
Quem as tem nos aposentos?... Sargentos.

Os círios lá vem aos centos,
E a terra fica esfaimando,
Porque os vão atravessando
Meirinhos, guardas, sargentos.

E que justiça a resguarda?... Bastarda.
É grátis distribuída?... Vendida.
Que tem, que a todos assusta?... Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa
O que El-Rei nos dá de graça.
Que anda a Justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.

Que vai pela clerezia?... Simonia.
E pelos membros da Igreja?... Inveja.
Cuidei que mais se lhe punha?... Unha

Sazonada caramunha,
Enfim, que na Santa Sé
O que mais se pratica é
Simonia, inveja e unha.

E nos frades há manqueiras?... Freiras.
Em que ocupam os serões?... Sermões.
Não se ocupam em disputas?... Putas.

Com palavras dissolutas
Me concluo na verdade,
Que as lidas todas de um frade
São freiras, sermões e putas.

O açúcar já acabou?... Baixou.
E o dinheiro se extinguiu?... Subiu.
Logo já convalesceu?... Morreu.

À Bahia aconteceu
O que a um doente acontece:
Cai na cama, e o mal cresce,
Baixou, subiu, morreu.

A Câmara não acode?... Não pode.
Pois não tem todo o poder?... Não quer.
É que o Governo a convence?... Não vence.

Quem haverá que tal pense,
Que uma câmara tão nobre,
Por ver-se mísera e pobre,
Não pode, não quer, não vence.


Poesia de critica a sociedade baiana do século XVII, poesia satírica que mostra todos os defeitos muitas vezes escabrosos da sociedade da época tais como as praticas das simonias pela igreja, a falsidade existiam entre das pessoas do alto estrato social, a justiça quase sempre injusta, a arrogância dos poderosos, a miséria existente na sociedade, entre vários outros problemas.

Agora após tais comentários e a leitura do texto, fica a pergunta para os poucos leitores que terão chegado até aqui, retirando-se os costumes típicos da época e que não existem mais hoje, o que mudou na sociedade brasileira e nas suas instituições dessa época para cá?Afinal a justiça é falha e muitas vezes corrupta, todos sabemos de escândalos em diversas religiões, os roubos ocorrem deslavadamente na política, então o que mudou?